Na era da inovação educacional, é fundamental reconhecer que a transformação da sala de aula não pode recair apenas sobre os ombros dos educadores.
Para alguns pode parecer fácil decretar que educadores não estão abertos a mudanças, no entanto esquecem da realidade atual e as inúmeras sobrecargas que esses profissionais sofrem:
- adaptação a novas políticas curriculares;
- necessidade de acolher a diversidade de alunos;
- preservar o bem-estar físico, mental e emocional de si e dos outros;
- dar conta de necessidades infraestruturais das instituições;
- e todos os aspectos burocráticos e pragmáticos que envolvem o trabalho educativo.
Em um contexto de alta complexidade como esse, pode ser difícil atender às demandas por uma educação mais criativa e inovadora.
O dilema para muitos gestores educacionais é descobrir maneiras de apoiar o desenvolvimento de novas práticas sem sobrecarregar os educadores.
Nessa situação vemos muitas instituições investindo em levar palestrantes conhecidos para os períodos de formação.
Existe uma sensação de que essas personalidades vão agradar mais ou farão uma grande injeção motivacional na equipe de professores.
Sem dúvida, cada momento desempenha seu papel e é sempre importante alinhar os objetivos e expectativas com essas formações. Apostar em formatos tradicionais de palestras e treinamentos pode até oferecer algum conhecimento teórico, mas dificilmente leva a mudanças efetivas na prática pedagógica.
De um lado, não queremos mais a aula expositiva como único método de aprendizagem, mas do outro, insistimos em formar os educadores dentro de paradigmas tradicionais.
Se acreditamos nas Metodologias Ativas ou na Aprendizagem Criativa como chaves para uma educação transformadora, por que não estamos formando os professores a partir dessas ferramentas?
As experiências criativas de aprendizagem, quando vividas pelos próprios educadores, têm efeitos profundos e de longo prazo nas transformações institucionais. É preciso entender os educadores como agentes multiplicadores da transformação.
Precisamos de experiências de aprendizagem que permitam aos profissionais vivenciarem na prática as metodologias e abordagens inovadoras que desejamos implementar nas instituições. Apostando em abordagens práticas, envolventes e voltadas para resultados tangíveis. É através da experiência que os educadores podem se transformar e transformar suas práticas.
Para alcançar uma verdadeira metamorfose institucional, precisamos de abordagens mais holísticas, que reconheçam o papel da formação continuada, do apoio institucional e do desenvolvimento de práticas transformadoras.
